sexta-feira, 19 de março de 2010

Alcunhas da Minha Terra (Pias)

  A freguesia de Pias situa-se no concelho de Serpa e faz parte do agrupamento de concelhos designados por Margem Esquerda do Guadiana. Falar de Pias, é o mesmo que falar do Alentejo. Na verdade o Alentejo é uma Pátria. Onde o seu território é um espaço de Poesia e Liberdade que existe para além dos contornos Físicos da luz, da geografia do silêncio e do seu clima quaternário. Sedimentada na sapiência pelo respeito que se escalpe a Partir do berço, é habitada por gentes iluminadas pela riqueza da simplicidade de gestos e tradições. Corre nas veias muitas páginas de história, a luz cheia de Janeiro e o vinho estético da revelação.

Na saudade, Ressurreição dos mortos e invenção dos dias. A Paixão do cante – menina bonita devoção ou acrobacia em petiscos da taberna, ao fim da tarde em roda de amigos “E a cantar, a cantar vamos rezar”.
Ser Alentejano é uma forma de estar na vida. É um estado de alma. O Alentejo não é propriedade de ninguém.
Uma alcunha ou apelido (em Portugal, o termo "apelido" também é usado como sinónimo de "sobrenome") é uma designação não -oficial criada através de um relacionamento interpessoal, geralmente informal, para identificar uma determinada pessoa, objecto ou lugar, de acordo com uma característica que se destaque positiva ou negativamente, de forma a atribuir-lhe um valor específico.
As alcunhas mais comuns normalmente têm origem em características físicas do indivíduo, como aleijadinho, manco, coalho, quatro-olhos. Também são fontes de inspiração para os ápodos alguns ofícios (padeiro, leiteiro,) e o local de origem (alemão, japonês, baiano, carioca). Deve-se considerar ainda que as alcunhas podem prejudicar psicologicamente o seu alvo, quando assumem carácter pejorativo, evidenciando uma característica que o mesmo desaprove.
Vou aqui descrever algumas alcunhas da minha terra.
A
Africano
Águia- Real
Abelha
Andorinha
Argolinhas
Arraia
Arranca Pregos
Arrobas
Azougado
Arreias
Avante

B

Bacalhau
Bacera
Badalo
Balda
Badalhoca
Baixinho de Cú
Barriga de Aço
Barrigadas
Barringue
Batata
Bate-Solas
Béjinha
Bic
Bicas
Bimbas
Bita
Bitá
Bibe
Boca á Velha
Boga
Bugango
Bolinhas
Bonequinho
Borda de Água
Borrego
Brejeiro
Brôa
Borreguinho do Alvarão
Bucha
Bocha
Barata
Balola
Barrabote
Bagaceira
Biconga
Butrina
Barrelas
Burrinha
Barril
Bem – Amado
Bisorga
Bombocas
Béguinha
Baldosa
Bico – Doce
Borefa
Bife
Bruxa da Renova

C

Cágado
Cabeça de Tractor
Caneca
Cabeçudo
Cabelinho de Rato
Cabinho
Campaniça
Cabra
Cabrita
Cafezeiro
Carnuça
Caga -Amarelo
Caga- Azeite
Caga- Favas
Caga na Talega
Cagalhão
Caixinha
Calaca
Caldinho
Caldinho Verde
Cara de Cú
Cú de Grão
Cú de Musico
Cara de Macaco
Cara de Moça
Cara Partida
Carinhas
Carloto
Carrão
Carrolinho
Catinga
Cavalinho
Cartuxinha
Cartucheiro
Carvão
Cid
Ciganito
Cinta de Seda
Cinco Tostões
Chico Padre
Chico Cheles
Charinho
Checo
Chibinho
Choca
Cravo do Monte
Cocas
Comboio Novo
Comidinhas Leves
Corvo
Cucharro
Caroca
Cabras
Caramelo
Carochinha
Cunha
Chocalhinha
Cabeça de Agrário
Cabeças
Cefêra
Coelhas
Cai logo
Cuspideiro
Cú- Baixo
Corta- Fino
Cação
Cobra
Calêras
Cadecha

D

Da-boa
Démis
Desganado
Deus
Deus nosso senhor
Dinis
Duzentas cinquenta
Dura Pouco
Doidinha
Dinamite
Dente de ouro



Empinadinho
Espargueira
Estoura Bombas
Europa
Engaço
Espanholito(a)
Espalha-Brasas
Escarapão
Ervilha
Estraga Barros
Estraga Vendas

F

Fala Barato
Fazmeia
Fanéia
Fantasma
Fadinho
Faíscas
Feliz
Ferrolho
Fininho
Fraguito
Fuinha
Frenéticas
Falhancas
Fartinha
Fragata
Fanina
França
Furão

G
Galfarinho
Galifão
Galhanas
Gamanito
Ganguinha
Gato
Gerivás
Gigante da de Pinto
Guitareiro
Galado
Groja
Gasosa
Gioconda
Giboia
Galega
Galinhita

H

Hoss
Hougado

I

Ideias
Inglês

J

João Barril
João dos Bichos
João do Olho
Joaquim da Vagem
Joaquim Pazinhas
Joaquim do Pisanito
Justo
Japão
Já Caiu

L

Labumba
Lagartinho do Gamago
Laró
Lecas
Leite de Burra
Lélita
Limitada
Lico
Lois
Lela - xito
Lisboa

M

Mácabelo
Macho
Mainante
Malacuco
Malagueta
Manaca
Manatula
Má Vinho
Mantas
Manita Fechada
Mata a Mãe
Matateu
Melro
Mija Bem
Mira
Miséria Engrafatada
Móminha
Mosquito
Muchacha
Machinha
Molas
Matarás
Manel das Velas
Meia Dose
Mioleiras
Manhoso
Mata Burão
Mastigador
Melharuco
Magana
MariMelância
Manhecas


N

Nica
Navalhão

O

Orelhas
Ouriço
Olho de Mocho

P

Palantra
Palheto
Palhinha
Papa Léguas
Papa Rebuçados
Pápim
Pardalinho
Parrancha
Parragil
Pastilhas
Patinhas
Pata Fina
Pau Preto
Pedana
Pepino
Pêga
Pêguinha
Peixe
Pélé
Pêra
Perdigão
Petaças
Pica Chouriços
Pila
Pisa á Poia
Poia de vaca
Pimentinha
Pingue
Pironga
Pôpa
Paneiras
Papa- Açorda
Pitoga
Popia –Caiada
Primavera
Palmadinhas
Perna de Mola
Pombinha
Pai – Herói
Pintelhera
Poia de Kilo
Piolas
Piteiro
Pão - Mole
Pata – Curta
Pé Curto

Q

Quitolas
Quindão
Quinórias
Quer- Ir
Quilo e Meio

R

Rapé
Rápido
Rato
Remexido
Rijo
Risco ao Lado
Rondanito
Russo
Rainha da Sucata
Saco - Azul
Rubeba
Ranhoso
Rufa

S

Saramenho
Show
Só - Mil
Suíça
Sopa
Sola-Grossa
Saleiro
Sapata
Siroido
Soizinha
Sala Sete Golas
Salta


T
Talabita
Taliano
Tanisa
Tarrinca
Tenrinho
Texugo
Ti –Lico
Ti- Manicote
Ti- Rei
Toino do Forno
Tola
Tombinhas
Tora
Tordinho
Torrecas
 Travolta
Taleguinha
Tombinhas
Tacheta
Touquinha
Testa-Mole
Tê Taitai
Toino Peles
Torto
Trabuco
Teso



Unha-Gata
Uxla Castanita
Uxla Setera

V

Váguim
Vigas
Veca
Vila Nova
Vezinha Ropêra

X

Xaréu
Xepa
Xico Quer Pão

Z

Zé- Cutelo
Zé de Alvito
Zé do Barranco
Zé da Boneca
Zé da Febre
Zé Governo
Zé Guisado
Zé –Mau
Zé- Cabreiro
Zé das Moças
Zé Mulato
Zé da Penca
Zé Macho
Zé Peta
Zé de Serpa
Zorra – Gaga
Zorro
Zé Cuzana
Zorrito
Zé da Mina
Zé Bolegas.

Peço Desculpa se ferir alguem não é essa a minha intenção. Quero com isto mostrar a nossa cultura e como são conhecidas as nossas gentes. Como se associam nomes ás nossas gentes.

Bárbara  Carvalho Vidinhas

terça-feira, 16 de março de 2010

N.S. das Dores

FESTA DE NOSSA SENHORA DAS DORES

PIAS

26 de Março de 2010

“Bendita sejais, Senhora das Dores;

Ouvi nossos rogos, Mãe dos pecadores.”


PROGRAMA




Dias – 23,24 e 25 de Março

21h30 – Tríduo de Preparação

(Na terceira noite: Celebração Penitencial)

Dia da Festa – Sexta-feira, 26 de Março

18h30 – Celebração da Missa

21h30 – Procissão de Velas.

A festa de N.S.das Dores em Pias consiste,numa grupo de doze Festeiras , que ao longo dum percurso estipulado pelo Pároco e a comissão de festa,comparecerem na igreja e fazerem uma limpeza a fundo na igreja Paroquial, bem como prepararem a festa. Este ano a missa, foi presidida pelo Sr.D, António Vitalino Dantas acompanhadas pelos Srs Padres, Nuno Sousa (Pároco da Freguesia), Padre Abilio Raposo (Pároco em São Teotónio natural de Pias) e um sr padre convidado,o sr padre Isidro.

 Á noite á procissão compareceram os Paroquianos de Pias bem como um grupo de cem Missionários vindos de uma paróquia de Lisboa. Acompanhados do srs Padres.


A Celebração da missa



A nossa Igreja


As festeiras

A Imagem de Nossa Senora das Dores

  Acompanhar Nossa Senhora em todas as fases da sua vida terrestre, admirar os altos desígnios de Deus na pessoa sacrossanta de sua Mãe é sempre delícia para um coração devoto à SS. Virgem. Mais apropriada não podia ser a nossa meditação das dores, senão ocupando-nos com os sete dolorosos lances de sua existência terrena, ou propriamente “as sete dores”, a saber:

Pilatos tinha sentimento humano para com Jesus; tivesse ele vencido a sua cobardia, talvez o teria salvo do furor da multidão, ainda mais, se à súplica da sua mulher se tivesse unido um pedido da Mãe de Jesus. Maria, porém, não se move naquela hora tremenda, que decide da vida ou da morte de seu Filho, porque sabe, que o Filho podia por si, sem auxílio alheio, livrar-se dos seus inimigos, e deixa como um cordeiro levar ao suplício, então é porque o faz espontaneamente, cumprindo a vontade de Deus. Maria ainda não se move, quando a sentença já é irrevogavelmente pronunciada. Vai ao encontro de Jesus que, carregado do peso da cruz, se encaminha para o Calvário. Vê-o todo desfigurado e entregue, coberto de mil feridas e horrivelmente ensanguentado. Seus olhares cruzam-se. Nenhuma queixa sai da sua boca, porque as maiores dores Deus reservou lhe para a salvação do mundo. Aquelas duas almas, heroicamente generosas, continuam juntas no seu caminho do sofrimento, até o lugar do suplício.




Virgem Dolorosíssima, seríamos ingratos se não nos esforçássemos em promover a memória e o culto de vossas Dores particulares graças para uma sincera penitência, oportunos auxílios e socorros em todas as necessidades e perigos. Alcançai-nos Senhora, de Vosso Divino Filho, pelos mérito de Vossas Dores e lágrimas, a graça...(pedir a graça)

As sete dores de Nossa Senhora
1ª Dor - Profecia de Simeão

Simeão  abençoou os e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma (Lc 2,34-35).


2ª Dor - Fuga para o Egito

O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egito (Mt 2,13-14).

3ª Dor - Maria procura Jesus em Jerusalém

Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre parentes e conhecidos. E, não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele (Lc 2,43b-45).


4ª Dor - Jesus encontra a Sua Mãe no caminho do Calvário


Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam (Lc 23,26-27).

5ª Dor - Maria ao pé da Cruz de Jesus


Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Vendo a Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse Jesus para a mãe: Mulher, eis aí o teu filho! Depois disse para o discípulo: Eis aí a tua Mãe! (Jo 19,15-27a).

6ª Dor - Maria recebe Jesus descido da Cruz


Chegada a tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimatéia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo da cruz (Mc 15,42).

7ª Dor - Maria deposita Jesus no Sepulcro


Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus (Jo 19,40-42a

Jesus morre na cruz.

Chegam ao Calvário. Os algozes despojam Jesus das suas vestes, pregam-no na cruz, levantam o madeiro e sobre ele deixam-no morrer. Maria agora aproxima se da cruz e perto da cruz fica, e assiste à horrível agonia de três horas. “Que espectáculo ver-se o Filho agonizante sobre a cruz, e ver-se ao pé da mesma agonizar a Mãe, que todas as penas sofria com seu Filho! “O que os cravos eram para o corpo de Jesus, para o coração de Maria era o amor”. “No mesmo tempo que Jesus sacrificava o corpo, a Mãe imolava a alma”. E não pode dar ao Filho o menor alívio; ainda saber que o maior tormento para o Filho era ver presente a sua Mãe, que dor, que sofrimento! O único alívio para a Mãe e para o filho era saber, que das suas dores resultava para nós a vida eterna. Jesus morrendo, exclamou: “Consummatum est” – Tudo está consumado. Estava completa a série dos sofrimentos para o Filho, não porém, para a Mãe. Quando ela está chorando a morte do filho, um soldado vibra a lança contra o peito de Jesus, abrindo-o, e sai sangue e água. O corpo morto de Jesus não sente mais a lançada; mas sentiu-a a Mãe no íntimo do coração. Tiram o corpo do Filho da cruz. O Filho é entregue à Mãe, mas em que estado! Antes o mais belo entre os filhos dos homens, agora está todo desfigurado. Antes, era um prazer olhar para ele; agora, seu aspecto é horroroso. Quando morre um filho, trata-se de afastar do cadáver a mãe. Maria, pelo contrário, não deixa que lho tirem dos seus braços, senão quando é para sepultá-lo.

Jesus é colocado no sepulcro.

“Eis que já o levam para sepultá-lo. Já se põe em movimento o doloroso préstito. Os discípulos levam o corpo de Jesus sobre os ombros. Os Anjos do céu o acompanham. As santas mulheres seguem e, no meio delas, a Mãe. Querem que ela mesma acomode o corpo sacrossanto de Jesus no sepulcro, precisando por a pedra para fechar o sepulcro, os discípulos precisam dirigir-se à SS. Virgem, e lhe dizer: “Agora é hora de vos despedir, Senhora; deixai que fechemos o sepulcro. Muni-vos de paciência! Olhai-o pela última vez e despedi-vos de vosso filho”. Moveram a pedra e colocaram-na no seu lugar, fechando com ela o santo sepulcro. Maria, dando um último adeus ao Filho e à sepultura, volta para casa”. “Voltou tão triste a aflita e pobre Mãe, que todos a viam, dela se compadeciam e choravam” Só no nosso coração não haverá lágrimas para Maria? Não choramos nós, que somos a causa de tantas dores? Ah! Se nos faltam lágrimas de sentimento dos nossos olhos sensíveis, choremos pelo menos lágrimas de penitência, expressão ainda do firme propósito, de não mais cometermos pecado algum. Foram os nossos pecados que levaram à morte o nosso Irmão primogénito, e trespassaram o coração dulcíssimo de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe.

domingo, 7 de março de 2010

Dia da Mulher

O nosso dia


O dia internacional da mulher é um dia em que se presta homenagem às mulheres. É uma mensagem ao mundo todo. O dia da mulher é uma homenagem às mulheres que lutaram e ainda lutam pelos direitos igualitários. Ao decorrer da história da humanidade, muitas mulheres desejaram, buscaram, lutaram e em muitos casos foram punidas por desejarem igualdade ao lado dos homens. Às vezes a mulher foi ouvida, mas infelizmente, muitas vezes ela fora silenciada. O dia da mulher é o dia em que todas as pessoas, do mundo todo, procuram dedicar um dia do ano ao martírio feminino. Flores no dia da mulher podem mandar essa mensagem, especialmente em homenagem a mulher da classe operária. Aquelas mulheres que ao decorrer da história da humanidade, levantaram as suas caras em desafio à opressão de sociedades e culturas que discriminaram e degradaram a sua imagem, são lembradas no dia internacional da mulher. O direito de votar, o direito de andar nas ruas com o rosto descoberto, o direito de casar com quem quiser, o direito de trabalhar ao lado do homem sem preconceito e o direito de ser aceita como igual. O dia da mulher é um dia que lembra-nos desses direitos. Não apenas para lembrar os homens, mas para lembrar a nós mulheres também.  Nos textos sagrados compilados de Vatsayana, os Sutras de Kama, ou Kama-sutras, o autor apelou pela educação das mulheres indianas usando como pretexto que compreendendo as artes das ciências, as mulheres passariam a compreender melhor os homens, e portanto, os amariam melhor. Infelizmente, nos poucos instantes da Antigüidade em que as mulheres foram permitidas acesso ao mundo das ciências, essas mulheres continuavam objetos do prazer masculino. Mesmo na Idade Média e no mundo Renascentista, sempre que uma mulher chegava na igualdade acadêmica com os homens dentro da igreja, ela fora calada ou condenada. Apenas no início da revolução francesa é que essas vozes femininas começaram a fazer impacto na nossa história. Isso apenas nos últimos 250 anos. Antes disso, as mulheres foram segregadas e discriminadas pela sociedade de tal forma, que para agir nas mesmas funções que os homens, tornava necessidade formar uma sociedade paralela, como no caso de seitas religiosas. O culto de Ísis no Egito, Kybele na Frígia, Safos da ilha de Lesbos, e o martírio da mais renomada matemática-sacerdotisa da história, Hipatia de Alexandria são ótimos exemplos da igualdade feminina numa sociedade que não a aceitava, pois os cultos a Deusa eram igualmente agressivos com seus sacerdotes (pois tinham que se igualar à deusa antes de se tornarem devotos). A causa sufragista no mundo Moderno começou entre as mulheres da classe operária do século IXX. O mundo cada vez mais industrializado, exigia também uma classe de mulheres operárias que não eram apenas donas de casa, mas trabalhavam nas fábricas. Muitas mulheres morrerem em martírio durante esse período, e o caso mais famoso é da fábrica Triangle Shirtwaist de têxteis que pegou fogo acidentalmente às 16:40 do 25 de Março de 1911 na cidade de Nova Iorque, matando 146 pessoas na sua maioria mulheres jovens. Mesmo após 13 semanas de greve em 1909 e 700 grevistas presas, as condições nas fábricas dos Estados Unidos continuavam perigosas. Mesmo depois do acidente Triangle, as mulheres continuavam segregadas até o final da primeira guerra mundial e depois novamente até o final da segunda guerra mundial. A indústria carecia de homens, pois estavam todos no campo de batalha, então as mulheres foram obrigadas a preencher uma lacuna de obra manual que anteriormente pertencia apenas aos homens. Ao voltar da guerra, os homens e toda a cultura industrializada fora chocada com a habilidade feminina, e paradigmas foram quebrados. Hoje, reconhecemos que as mulheres são iguais em tudo, inclusive na habilidade de votar, trabalhar ou mesmo governar um país. Mas não podemos jamais esquecer o que esse reconhecimento custou. O dia da mulher, é um dia em que essa mensagem de reconhecimento precisa ser lembrada e divulgada no mundo todo.


I
A mulher hoje em dia
Tem uma vida diferente
Não vive na apatia
Que vivia antigamente.
II
Não quer mais continuar
Apagada e indiferente,
Está no mundo para lutar
Mostrar que também é gente.
III
Ela tem o seu querer
Tem também o seu lugar
Já não se limita a ser
Somente o “anjo do lar”.
IV
Descobriu um novo rumo
E nele quer caminhar,
Com orgulho e com aprumo,
Para a sua meta alcançar.
V
Livrou-se de preconceitos
Com que outrora era oprimida,
Passou a ter direitos,
Passou a ter outra vida.
VI
O seu destino mudou
Já faz o que ela quer;
Ao homem se equiparou
Sem deixar de ser mulher.
VII
Mulher, olha para dentro de ti
Com carinho, com amor
Talvez que encontres aí
Algo de muito valor.
VIII
Esquece as contrariedades
E verás com alegria
Que tens potencialidades
Que até tu desconhecias.