domingo, 14 de fevereiro de 2010

Carnaval

História e etimologia



A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a idéia de "afastamento" dos prazeres da carne marcado pela expressão "carne vale", que, acabou por formar a palavra "carnaval".
A algazarra com que comemoramos o Carnaval actualmente passa bem longe do que se poderia fazer noutras épocas.
O Tempo da Quaresma é um tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. Por isso cumpre-se a tradição de se fazerem tambem doces,  para simbolizar fartura, fartura essa que só se voltariam a fazer pela Páscoa.
 Doces tradicionais que se fazem por tradição pelo carnaval, em  Pias e em localidades alentejanas.


Bolinholos


 Um pão em massa,
sumo de uma laranja
um ovo,
e um calice de aguardente.
Depois da massa, toda envolvida deixa-se levedar e frita-se em óleo bem quente.Polvilham-se em açúcar e canela.

Borrachos





  Farinha
Banha de porco
Vinho branco
Chá de canela em pau

Começa-se por escaldar a farinha com a banha a ferver, envolve-se muito bem e passa-se a farinha com as duas mãos para não ficar com grumos deita-se a água de canela e vai~se amassando e por fim o vinho branco até a massa porder estender-se co a ajuda do rolo. Talhanse pequenas dode-las com buraco no meio e fritam-se em óleo bem quente. No final polvilam-se em açúcar e canela.


Filhozes Grandes



Farinha
Azeite
Sumo de laranja
Ovos
Sal qb
Fermento

Começa-se por escadar a farinha com o azeite a ferver, e vão-se juntando os outros ingredientes um a um
e amassa-se a massa até estender como os passos da receita anterior.  Tende-se pequenas bolas de massa  e talham-seas filhós  do tamanho dum prato de sobremesa, fritam-se tambem em azeite quente e polvilam-se em açúcar e canela.


Muitas mais receitas há para fazer neste tempo de carnaval, como as Filhós de formas o Pinhonate. Para alé de outras.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A lenda da Costureirinha

A Lenda da Costureirinha



         Entre as crenças que algum dia existiram no Baixo Alentejo, a da costureirinha era uma das mais conhecidas. Não é difícil, ainda hoje, encontrar pessoas de alguma idade, e não tanta como isso... que ouviram a costureirinha. O que se ouvia, então? Segundo diversos testemunhos, ouvia-se distintamente o som de uma máquina de costura, das antigas, de pedal, assim como o cortar de uma linha e até mesmo, segundo alguns relatos, o som de uma tesoura a ser pousada. Um trabalho de costura, portanto. O som trepidante da máquina podia provir de qualquer parte da casa: cozinha, quarto de dormir, a casa de fora, e até mesmo de alpendres. De tal modo era familiar a sua presença nos lares alentejanos que não infundia medo. Era a costureirinha.
Mas quem era ela? Afirma a tradição que se tratava de uma costureira que, em vida, costumava trabalhar ao domingo, não respeitando, portanto, o dia sagrado. É esta a versão mais conhecida no Alentejo. Outra versão afirma que a costureirinha não cumprira uma promessa feita a S. Francisco. Esta última versão aparece referenciada num exemplar do Diário de Notícias do ano 1914 em notícia oriunda de aldeias do Ribatejo. Pelo não cumprimento dos seus deveres religiosos, a costureirinha for a condenada, após a morte, a errar pelo mundo dos vivos durante algum tempo, para se redimir. No fundo, a costureirinha é uma alma penada que expia os seus pecados, de acordo com a crença que os pecados do mundo, o desrespeito pelas coisas sagradas e, nomeadamente, o não cumprimento de promessas feitas a Deus ou aos Santos podiam levar à errância, depois da morte. Já não se houve, agora, a costureirinha? Terminou já o seu fado, expiou o castigo e descansa em paz? A urbanização moderna, a luz eléctrica, os serões da TV, afastaram-na do nosso convívio. Desapareceu, naturalmente, com a transformação de uma sociedade rural arcaica, que tinha os seus medo, os seus mitos, as suas crenças e o seu modo de ser e de estar na vida.

Lenda de Serpa



Era uma Vez... uma jovem e linda Princesa, muito linda, chamada Serpínia, que vivia nas terras do outro lado da Ibéria, lá para os altos Pirineus. Seu pai, Cófilas, rei dos túrdulos, tribo da Ibéria, era um homem bom.
Num País vizinho, vivia um outro rei, de raça, celta, que era cruel e muito ambicioso, Rolarte de seu nome, que quando viu a formosa princesa quis casar com ela. Mas a princesa não se agradou dele.
Um dia um Príncipe, Orosiano, visitou o Rei Cófilas e a sua filha Serpínia. Os dois príncipes gostaram um do outro e combinaram casar.
Mas o rei Rolarte, quando soube, não gostou que Serpínia fosse dada em casamento a Orosiano e jurou vingar-se tratando logo de reunir os seus soldados e de fazer guerra a Orosiano. O Noivo de serpínia morreu e Rolarte ficou ferido.
O Rei dos Celtas não ficou satisfeito com a morte de Orasiano a jurou fazer guerra ao pai de Serpínia, mas este, informado do que Rolarte preparava, abalou para as longínquas paragens da outra banda da Península Ibérica.
E andaram, andaram até chegarem a um sítio onde a Princesa se sentiu encantada com as formosas Terras que seus belos olhos avistavam.
Campos recorbertos de luxuriantes verduras, flores campestres a perfurmarem os ares que respirava, tudo prenunciando abundância de água, de terras férteis, ubérrimas.
Serpínia logo deu parte a seu pai de que gostava destes sítios. Cófilas examinou a região. Tudo aparentava terras fartas e amenidade de clima. Perto corria o Ana. ( O que é hoje o rio Guadiana).
Por toda a parte se viam Oliveiras, muitas Oliveiras, a garantir alimento, untura, tempero e luz na candeia.
E logo ali acamparam e escolheram local para construir uma cidade que ficou a ser a capital de novo reino. E em homenagem a Serpínia, a formosa filha do Rei Cófilas, à nova cidade se ficou chamando Serpe.
Esta seria a capital da Turdetânia, o novo reino criado na região do Ana, hoje chamado Guadiana, e que se estendia até ao mar.
Tempos depois chegou a Serpe a notícia da vinda até um Porto do Ana, aonde chegavam as águas salgadas do mar, de barcos Fenícios – povo de navegadores que vivia no Norte de África.
Cófilas, Rei dos Túrdulos, fez aliança com os chefes Fenícios e, naquele porto, construiram uma cadeia a que deram o nome de Mirtilis, em honra da Deusa Mirto, sua mãe que o teve de Mercúrio.
Em um dos barcos vinha um Príncipe, jovem guerreiro e bem parecido, que ao ver Serpínia se apaixonou por ela. E Serpínia amou Polípio, o belo Príncipe Fenício. E logo ficaram noivos.
Polípio regressou à Fenícia. E Serpínia, enquanto esperava o seu noivo, dedicava-se à caça pelo que seu pai lhe construiu, à beira do Rio Limosine, que ia desaguar no Ana, um castelo onde ela ficava quando ia caçar.
Ali havia muitos loendros e Serpínia deu à sua nova casa o nome de Castelo de Loendros.
Serpínia já tinha esquecido Rolarte, mas Rolarte não esquecera Serpínia, nem a vingança de que lhe jurara.
E uma noite, noite escura como breu, o Castelo dos Loendros foi atacado por Rolarte e os seus soldados. Mas o Rei dos Celtas foi vencido pelos soldados de Cófilas que guardavam o castelo de Serpínia.
Com medo de novos ataques a princesa mandou aviso ao pai, que estava em Mirtilis, que hoje se chama Mértola, o qual regressou com muitos soldados, e que esporeando os seus corcéis corriam a toda a brida na companhia de Polípio, o príncipe noivo, que já tinha regressado da Fenícia para as bodas com Serpínia.
Rolarte voltou a assaltar o castelo mas este, que tinha agora muita tropa, venceu os soldados de Rolarte e o Rei dos Celtas fugiu e foi morrer afogado no Ana. Serpínia casou com Polípio e os noivos foram para a Fenícia.
Serpe, que recorda a linda princesa Serpínia e que sempre manteve o seu nome, é hoje Serpa.